quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Abordagem histórica da trajetória da parasitologia

A parasitologia é uma ciência que emergiu no século XIX no estabelecimento de várias áreas da medicina, inclusive na medicina tropical. É uma ciência indicada a um rumo da história natural sendo constiuída pela criação de vários agentes patogênicos, responsáveis por processos mórbidos que não eram atribuídos a organismos externos ao indivíduo. Por isso, alguns parasitologistas começaram a descrever os agentes patogênicos, seus vetores e os seus mecanismos de transmissão nas várias doenças causadas por parasitas.

No Brasil, em 1900, Oswaldo Cruz e Carlos Chagas – renomeados médicos— surgem no cenário através de suas descobertas, impulsionando a parasitologia até os dias de hoje.

A relação entre população, vetor e agentes etiológicos é complexa.Entre as doenças decorrentes de uma má vigilância sanitária ou deficiência desta, destaca-se as parasitoses, que se alimentam de seu hospedeiro, consumindo-lhe o intestino, tecidos e por isso o parasita não danifica drasticamente o seu hospedeiro, pois a relação entre eles é basicamente nutricional.

O parasitismo ideal é aquele que não causa danos ao hospedeiro, não povocando então, doenças, de tal forma que o hospedeiro se adapta ao seu hospedeiro, passando a viver com ele ou nele; essa relação recebe o nome de simbiose.

Por volta de 1960, a parasitologia teve seus fundamentos estabelecidos e os parasitas passaram a ser reconhecidos como responsáveis de doenças que afetavam o ser humano e seus animais de estimação – embora houvesse muita especulação quanto ao envolvimento dos parasitas com as doenças, Foster acabou contestando que a hidatidose e a trichinelose tinha os parasitas como agentes patogênicos.

Foster também acreditava que os maiores avançose descobertas da parasitologia tropical oram realizados por homens isolados, durante o século XIX e XX, em laboratórios de universidades de condições precárias, aumentando assim, a oportunidade e o desenvolvimento da parasitologia, com a criação e o estabelecimento desta, em escolas de medicina e em hospitais nos trópicos, criando-se assim, a oportunidade de estudar os parasitas tropicais, embora não houvesse clara distinção entre a medicina dos trópicos com a das regiões temperadas.

No início do século XXI, as parasitoses deixaram de ser doenças mobilizadas por recursos internacionais; a história mostra que os antigos males que ainda persistem nos dias de hoje, são decorrentes de condições socioeconômicas, sanitárias e higiênicas deficientes; apesar de haver estudos e descobertas, ainda afetam a sociedade.

A falta de estrutura, o crescimento urbano desordenado, traz consigo problemas tanto de origem passada quanto futura. O crescimento da população sem as condições básicas de saúde e uma orientação adequada à população quanto aos riscos de saúde decorrentes da não educação-ambiental, são pontos que contribuem para a proliferação desses parasitas e assim, suas patologias, mesmo com a criação de hospitais e laboratórios, não é toda a população que usurfrui. O que contribui para a não prevenção de seu crescimento, dando espaço para os parasitas se irradiar de uma forma descontrolada, podendo provocar até surtos ou epidemias.